Justiça mantém prisão preventiva de guarda indiciado pela morte da ex-mulher e de vereador em Teresina

Juíza marcou audiência para 24 de setembro e rejeitou pedido da defesa, que propôs medidas cautelares como tornozeleira eletrônica.


Guarda civil preso por morte de ex-mulher e de vereador é indiciado por feminicídio, homicídio e tentativa de homicídio — Foto: Reprodução


A Justiça do Piauí manteve a prisão preventiva do guarda civil Francisco Fernando Campos, indiciado pela morte da ex-mulher Penélope Brito, comandante da Guarda Municipal de Parnaíba, e do vereador Thiciano Ribeiro (PL), assassinados a tiros no dia 27 de agosto, no Centro de Teresina.


A decisão é da juíza Maria Zilnar Coutinho Leal, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Teresina, e foi assinada na quarta-feira (3). A magistrada também marcou a audiência de instrução e julgamento para o dia 24 de setembro.


A juíza justificou a prisão pela necessidade de manter a ordem pública. Segundo ela, o acusado representa risco concreto, com base na forma como o crime foi cometido.


A defesa pediu pela liberdade com medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, alegando que não havia mais motivos para mantê-lo preso.


O Ministério Público do Piauí emitiu parecer contrário, e a juíza entendeu que os fundamentos para a prisão continuam válidos. Ela afirmou que medidas alternativas não seriam suficientes neste momento.


Indiciado por três crimes



O guarda foi indiciado pela Polícia Civil pelos crimes de feminicídio majorado, homicídio qualificado e tentativa de homicídio qualificado. O indiciamento inclui qualificadoras como motivo torpe, meio cruel, perigo comum e impossibilidade de defesa das vítimas.
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Segundo a delegada Nathália Figueiredo, do Núcleo de Feminicídio do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), Francisco tinha comportamento abusivo com a ex, que chegou a relatar a uma amiga que se sentia perseguida por ele e que estava ansiosa, precisando de apoio psicológico.


“O contexto de relação do casal foi nos trazendo informações importantes. Ele era extremamente grosseiro, e isso foi trazido por familiares, amigos próximos. Ele se incomodava pelo fato de Penélope ocupar um posto de comando de uma unidade que ele fazia parte”, afirmou a delegada.


Penélope pensou em pedir medidas protetivas, mas desistiu. Segundo Nathália, um dos motivos foi saber que o ex-marido estava em outro relacionamento. A delegada também comentou sobre publicações nas redes sociais, incluindo o vazamento de um depoimento que culpava a vítima.


“Essa campanha de difamação levada contra Penélope não foi comprovada na investigação. Muito pelo contrário. Estamos batendo desde o início, a vítima jamais terá culpa de ter sido vítima. Por vezes, em uma relação, você não imagina que a pessoa poderia fazer isso”, declarou.


O caso segue para o Ministério Público do Piauí, que decidirá sobre a denúncia à Justiça.
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Fonte: G1/PI