Promotor dispara contra médicos do HEDA : 'parece uma quadrilha !'

O promotor Antenor Neto enviou, na tarde de quinta-feira (19), ofício ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, pedindo o envio de 20 profissionais do programa Mais Médicos para suprir a demanda no Hospital Regional de Parnaíba, que atualmente está sob a intervenção do Estado após denúncias de irregularidades.


Imagem: Tacyane Machado

O caso vai ser investigado pela Polícia Federal que recebeu as denúncias do Ministério Público e já determinou a abertura de inquérito.


Em entrevista, o promotor disse que dentre as irregularidades consta a existência de médicos com até cinco empregos e um caso específico que se destaca no qual um mesmo profissional recebeu em um único mês o valor referente a 30 plantões de 24 horas.


Foram constatados ainda indícios de que pessoas que não foram vítimas de acidentes de trânsito estariam sendo orientadas por funcionários do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA) a alterar o motivo da internação no hospital para o receberem o seguro DPVAT. Além disso, médicos estariam cobrando taxas aos pacientes em serviços realizados pelo SUS.


O promotor disse que o município e o governo estão empreendendo esforços para resolver a situação, e que o problema não é falta de estrutura ou de médicos, mas sim o corporativismo que há entre os médicos do hospital. “O problema são os médicos que estão lá e não querem trabalhar. Na verdade, eles estão agindo de má fé. Se sentem uma categoria especial. Eu aposto que se fossem técnicos de enfermagem, ou pessoas do serviço gerais, por exemplo, que estivessem recebendo sem trabalhar com certeza já teriam sido demitidos”, declarou.


Antenor Neto disse que acredita que a solicitação feita ao Ministério da Saúde e a entrada da Polícia Federal no caso, vão servir para promover uma pressão sobre os médicos que se encontram lotados no hospital. Ele defende que os profissionais respondam criminalmente.


“Os médicos do HEDA estão agindo como uma quadrilha. Vários pacientes já foram a óbito ou ficaram com graves sequelas devido a falta de atendimento”, acusou o promotor.


Antenor Neto informou ainda que vai solicitar a formação de um conselho fiscalizador composto por quatro representantes, sendo um da população, um do município, um do Estado e um dos médicos. A proposta vai ser encaminhada ao governador.


ISABELA RÊGO, DO GP1