Pai que matou filho arremessando criança no chão vai a júri popular no Piauí



Foto: Reprodução WhatsApp


Será submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri acusado de homicídio qualificado o pai de Welton Velêda Lopes. A decisão foi dada pelo juiz Danilo Melo de Sousa, da comarca de Gilbués. O bebê, de apenas 1 ano e seis meses, morreu depois de ter sido arremessado no chão e sofrer traumatismo craniano.


O fato ocorreu em via pública, no dia 16 de março, em frente à casa da avó materna de Welton. Ele dormia com a avó quando os pais chegaram de uma festa. De acordo com decisão da Vara de Gilbués, em um ato de ciúmes o pai da criança a retirou do colo da mãe, enquanto estava sendo amamentada, a levou para o meio da rua e a arremessou contra o chão.


“Os depoimentos e declarações apontam que a vítima teria sido pega dormindo e arremessada em direção ao chão de piçarra, respaldando sustentação junto ao júri de emprego de recurso que impossibilitou ou dificultou a defesa da vítima”, diz o juiz na sentença.


A criança já chegou ao hospital sem sinais vitais. De acordo com o depoimento da médica que atendeu Welton, ele sofreu um trauma na região lateral do crânio, acarretando um aprofundamento, o que teria causado falta de oxigenação e hemorragia cerebral.


Além de julgar o crime, o Conselho de Sentença vai decidir se o motivo torpe, a vulnerabilidade da vítima e o parentesco incidem como qualificadoras para o crime.


Relacionamento violento



A motivação do crime seria ciúmes de primo que teria encontrado a Maria Aci na festa onde estavam. Na sentença, o juiz cita a discussões e agressões de Joaquim contra a mulher e o filho.


“O relacionamento do casal era caracterizado por frequentes e acirradas discussões e agressões, motivadas principalmente por forte ciúme nutrido pelo denunciado em relação à Maria Aci e, em especial, à atenção e cuidados que ela tinha para com o filho Welton, o qual, por esse motivo torpe, também costumava ser vítima de maus-tratos e agressões praticadas pelo pai”, afirma o juiz.


Insanidade mental



A defesa de Joaquim entrou com pedido de exame de insanidade mental. A solicitação foi apreciada e indeferida por falta de consistência.


Valmir Macêdo
valmirmacedo@cidadeverde.com