PRF investiga se houve racha na BR-343 e diz: "tragédia poderia ter sido maior"


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A brutalidade do acidente entre dois carros na manhã deste domingo (18), na BR-343, surpreendeu até a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Segundo o superintendente regional da instituição, Welendal Tenório, a tragédia poderia ter sido maior, já que a rodovia é movimentada aos finais de semana por conta da grande quantidade de sítios e chácaras no percurso, além do tráfego de ônibus.

“Poderia ter batido em um ônibus, em outro carro com uma família. A tragédia poderia ter sido maior”, alertou o superintendente.





A PRF investiga se a colisão teria sido causada por uma disputa de “racha” entre os motoristas. “Estamos avaliando a questão da velocidade com a perícia. A gente tem testemunhas que viram os carros passando próximo a Campo Maior em alta velocidade, mas sem o radar para registrar isso é muito difícil definir que foi um racha. Agora no momento da colisão ao menos um dos veículos estava em excesso de velocidade”, disse o superintendente.





Segundo Welendal, foi a primeira vez que se teve registro de motoristas em grupo envolvidos em um acidente. “A gente tinha informações de motos. Ano passado teve até uma morte em um acidente parecido neste mesmo trecho. Sobre carros nós não tínhamos nenhuma informação, até porque quando eles passam pelo posto passam separados e em velocidade adequada. Infelizmente foi a primeira vez que chega essa informação mais concreta”, afirma.


De acordo com o superintendente, a maior velocidade registrada em rodovia do Piauí foi de 206km, na BR-316, próximo ao município de Água Branca no final do ano passado. “A maior parte dos radares que nós temos nas rodovias não são nem da PRF, mas do DNIT. Os radares fixos ao longo das rodovias. No total no Piauí são 110”, afirma, destacando que a PRF não tem como fiscalizar todos os trechos.


Melhor radar está no carro

O superintendente fez um alerta para quem gosta de andar acima da velocidade e disse que o melhor radar é o que está dentro do veículo. “O melhor radar é aquele que vai dentro do veículo. É aquela pessoa que está olhando o velocímetro, pisando no acelerador. Esse é o radar que realmente funciona”, ressaltou.


O acidente

O acidente aconteceu na BR-343 entre Altos e Campo Maior por volta das 9h. Duas pessoas morreram na hora. A colisão foi entre uma BMW branca e um New Beetle (novo fusca), também de cor branca. A PRF confirmou que os carros estavam em velocidade acima da permitida.


O Instituto Médico Legal (IML) de Teresina confirmou as mortes de Pedro Barbosa Carvalho Filho, passageiro do New Beetle, e José Luis de Paiva Igreja Segundo, motorista da BMW. O último corpo deixou o IML para velório por volta das 16h. As vítimas fatais foram retiradas da pista, que chegou a ser interditada, por volta de meio-dia.


O motorista do New Beetle sobreviveu e foi identificado apenas como João Neto. Ele foi socorrido por outros motoristas que vinham logo atrás e encaminhado para o hospital. O rapaz não corre risco de morte, mas ainda passa por exames em um hospital particular de Teresina.


Segundo o inspetor da PRF, André Regis, a BMW subiu na proteção da BR-343, bateu na cabeceira da ponte, atravessou a pista e pegou fogo. O New Beatle que vinha atrás não conseguiu frear e bateu na traseira.


Um vídeo enviado ao Cidadeverde.com por um internauta mostra o momento em que a BMW passa em alta velocidade na BR-343. Logo atrás vem o New Beetle. O vídeo foi gravado por uma câmera de segurança de uma residência na margem da estrada. O relógio da câmera marca 8h18. O acidente aconteceu por volta das 9h.


Veja abaixo:


Hérlon Moraes
herlonmoraes@cidadeverde.com