MPE vai processar prefeitos que gastaram dinheiro público com carnaval

212 municípios piauienses decretaram situação de emergência. O estado decretou emergência em algumas secretarias como Educação, Saúde, Justiça e Segurança.



Promotora de Justiça Leida Diniz

O Ministério Público Estadual (MPE) vai ajuizar ações contra os prefeitos que desobedeceram as recomendações do MPE e do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI) para que os municípios que decretaram estado de emergência não fizessem gastos públicos com festas de carnaval. Alguns promotores foram acionados para monitorar as festas no interior e subsidiar as ações contra os prefeitos que serão ajuizados logo depois das festas.

O Tribunal de Contas aprovou uma medida cautelar para impedir o Governo do Estado, por meio da Fundac ou outros órgãos, de gastar com o carnaval, já que tinha decretado emergência em diversas áreas como Educação, Saúde, Justiça e Segurança. A solicitação tinha sido feita pela promotora de Justiça Leida Diniz, alegando a crise financeira no Estado e nos municípios.

Em relação aos gastos das prefeituras, o TCE-PI aprovou recomendação para que gestores que decretaram estado de calamidade não efetuassem despesas com o carnaval. A promotora havia pedido para que essa recomendação atingisse todos os 224 municípios do Piauí.

Leida Diniz (foto) argumentou que o interesse público não estava sendo atendido e 212 municípios estavam em situação de emergência. “Essas emergências são faz de conta? Esses municípios estão em calamidade e vão brincar o carnaval?”, questionou a promotora.

A promotora citou que o Piauí está em terceiro lugar como o pior índice de desenvolvimento humano e na relação com o pior PIB e na relação da mortalidade infantil. “Estamos defendendo a prioridade absoluta para infância, com a criação de creches que muitos municípios não estão atendendo”, argumentou.

O conselheiro Jaylson Campelo fez uma crítica aos municípios que usam a dispensa de licitação e não tem transparência dos gastos. “Precisamos ser mais exigentes nessa fiscalização. Podemos até questionar que o município 0.6, com recursos escassos, não deveria promover o carnaval”.


Edição do Jornal da Parnaíba